sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Vida, coisas, previsões

Hoje, eu vejo que o caminho do deslumbre me levou até coisas maravilhosas. Hoje, eu vejo que ter ouvido o meu coração foi, realmente, a melhor coisa que eu poderia ter feito. Hoje, eu vejo que muitas das críticas que eu recebi não eram críticas, eram não-entendimentos. Hoje, eu vejo que o entendimento é mais uma questão de compreensão e diálogo do que qualquer outra coisa. Mesmo assim, nem sempre ele ocorre.

Quando ele não ocorre, em geral, é tempo de tomar decisões meio arriscadas, caminhos tortuosos, não-convencionais, contrários a outras possibilidades que pareciam mais certas e concretas. Certas coisas têm significado para você e somente para você. É assim que funciona. Nem sempre outras pessoas irão te entender completamente. O mais importante mesmo é que VOCÊ se entenda, um dia.


Essa história de caminho certo e concreto, às vezes, me parece um tanto furada. Eu não diria "nunca funciona". Muitas vezes, funciona sim. Quem sabe mesmo dizer se funciona ou não é o seu coração, ou a sua consciência, como preferir chamar. De alguma maneira, você sabe os caminhos que quer seguir. Steve Jobs disse isso, assim como muita gente, MUITA GENTE disse isso. Muita gente na história desse planeta já falou isso, de tantas formas diferentes, em tantas línguas diferentes, em tantos períodos diferentes.

Muita gente sacou essa parada e compartilhou com os outros. Hoje existe a opção "Compartilhar" do Facebook. Antigamente não tinha, era transmitido oralmente, ou pelos livros, ou de pai pra filho. Hoje existe o "Compartilhar" do Facebook, mas continuam existindo todas as outras formas também. Muita gente ignora essas formas, acha que são coisas do passado.

Tem gente que acha que carta não serve mais pra nada, ou nem lembra que elas existem. Cartas, obviamente, não são a forma principal de comunicação hoje, mas isso não é um problema. As cartas ainda têm seu espaço. Alguém aí acha que "e-mails de amor" são tão legais quanto cartas de amor? Alguém acha cartões virtuais de Natal tão da hora quanto cartões reais, físicos, que a pessoa teve o trabalho de comprar/fazer, escrever, ir no correio e postar pra você?

Cartas têm seu lugar, assim como o telefone fixo tem seu lugar, assim como os computadores desktop têm o seu lugar, assim como o rádio tem seu lugar, assim como tantas outras coisas antigas ou nem tão antigas têm seus lugares. Os discos de vinil têm seus lugares. As coisas não somem, só diminuem. E, muitas vezes, até voltam.

Na Computação, alguns acreditavam que aplicativos nativos iriam sumir e a web iria dominar geral, sem espaço pra mais nada. Aí vieram os smartphones e os aplicativos nativos bombaram outra vez. Existem incontáveis outros exemplos, dentro e fora da Computação. Muitas coisas são cíclicas: estão de um jeito hoje, estão diferentes amanhã, aí depois de amanhã voltam a ser como eram hoje. E no dia seguinte podem estar de qualquer jeito, previsto ou não.

Tenhamos cuidado ao fazer previsões, elas podem nos enganar. A verdade é que ninguém sabe realmente o que vai acontecer no futuro. Então, em vez de ficarmos buscando dados e mais dados para corroborar nossas teorias, talvez seja melhor aceitarmos que elas são apenas hipóteses, e não vivermos somente com base nelas ou na dependência de que elas se tornem realidade. Se elas forem verdadeiras, beleza. Se não forem, beleza também. Creio que esse seja o segredo: não depender da situação, pessoas, coisas, governos ou qualquer outra coisa para ser feliz.

A felicidade mora em você, não no mundo. O mundo vai ficar girando e mudando o tempo todo. Apegar-se a ele é como depender do corrimão de uma escada rolante para se equilibrar: uma hora ele acaba, e aí você precisa caminhar com seus próprios pés e equilibrar-se sozinho. E é mais fácil aprender a equilibrar-se sozinho quando você ainda tem o corrimão para te ajudar. Quando ele acaba, se você dependia dele, de uma hora pra outra vai ter que se virar sem.

A vida nos dá muitas oportunidades de aprendermos a nos desapegar das coisas e pessoas. Não é que você não pode tê-las; você pode. Só não deve depender delas para ser feliz. Se o seu dia só é feliz se você tomar café da manhã na padaria da esquina, o dia em que ela fechar você vai passar automaticamente a ter dias infelizes? Alguns agem assim, por incrível que pareça. Outros aproveitam as coisas boas tão bem quanto esses, mas com consciência de que essas coisas podem acabar. Mas eles não se importam com isso, pois sabem que novas coisas boas virão depois.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Engenharia de Software do Mundo Real (ESMR)


Se um dia eu for dar aula de Engenharia de Software, a primeira coisa que irei fazer é dizer aos meus alunos:

Galera, seguinte:

Por alguma razão desconhecida, existem pessoas no mundo que colocam a Engenharia de Software como uma disciplina nebulosa, excessivamente teórica, abarrotada de modelos/diagramas/processos e desconectada das linhas de código nossas de cada dia. Normalmente, são pessoas que não gostam de programar, nem gostam de mexer com bancos de dados, nem com nenhuma tecnologia do mundo real.

Software, no mundo real, é um conjunto de programas, bancos de dados e tecnologias do mundo real. Engenharia, no mundo real, é a aplicação de técnicas e conhecimentos na construção de algo que realize um objetivo.

Engenharia de Software, portanto, é a ciência, arte e prática de se fazer software de qualidade que cumpra um objetivo. Em última análise, é saber mandar bem no código, saber botar um sistema no ar e saber fazer com que ele faça o que tem que ser feito. E ser capaz de manter isso tudo funcionando hoje, amanhã, depois de amanhã e depois de depois de amanhã.

Assim, imagino que uma pessoa daquele tipo que eu mencionei anteriormente se encaixe em uma das seguintes categorias: ou não sabe o que é engenharia, ou não sabe o que é software.

Saibam programar, saibam mexer no banco de dados, saibam usar as tecnologias. Saibam fazer software.

Essa foi nossa primeira aula. Obrigado a todos pela atenção! E lembrem-se de dar uma olhada no material de apoio.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

As bobagens da vida

Se você nunca chorou de emoção por alguma coisa, é porque talvez essa coisa não seja tão importante assim para você.

Pensei nisso após ter chorado ao ver este vídeo: uma interpretação da música Gerudo Valley, do jogo Zelda - Ocarina of Time, em dois violões. Olha só:




Após ver o vídeo, li um post muito legal chamado "Elogio ao loser" e me senti inspirado para escrever sobre esse assunto.

Chorar é humano, e o homem másculo do sexo masculino também é humano e também chora. Quem não chora talvez esteja, sem saber, vivendo em uma prisão, uma prisão com cartazes nas paredes dizendo que, para sermos felizes, precisamos fazer o seguinte: 1) ser vencedores, 2) ter objetivos na vida, 3) não perder tempo com bobagens.

Eu nunca quis ser um vencedor nem tive muitos objetivos definidos na minha vida. O que eu mais gostei mesmo sempre foi perder tempo com bobagens, tipo as trilhas sonoras dos jogos que eu jogava. Essa, com certeza, sempre foi uma das bobagens que eu mais curti na vida: ouvir, analisar e apreciar essas músicas maravilhosas, feitas com amor, feitas com esmero pelos seus compositores. Músicas que refletem magistralmente o momento emocionante que você está vivendo na pele de algum personagem. Músicas que encantam milhões de pessoas ao redor do mundo. Músicas que entraram para a eternidade, assim como as músicas de Mozart, Beethoven e tantos outros.

Eu acho que nunca irei deixar meu costume de perder tempo com bobagens. Até porque foi assim que eu vim parar na Computação e sou extremamente realizado nela. Até porque foi assim que eu vim parar no veganismo e me encontrei completamente nele. Até porque foi assim que eu acabei fazendo muitos dos meus amigos de hoje e sou profundamente grato por tê-los.

Ter objetivos e desejar vencer na vida é, sim, um possível caminho para a felicidade. Mas com certeza não é o único. Perder tempo com bobagens às vezes também funciona. Principalmente quando elas são capazes de extrair lágrimas dos seus olhos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Inovação: isso é um absurdo!


Em algum lugar de um mundo com mentes limitadas...
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Neste exato momento, tem gente por aí botando a palavra "cool" nas frases e se achando superdescolado por isso.

Neste exato momento, tem gente achando que teoria não serve pra nada.

Também tem pessoas tachando de chato qualquer cidadão que dê qualquer ideia diferente do que elas estão acostumadas a ouvir. Geralmente, sem nem prestar atenção direito no que o cidadão disse.

Tem pessoas que reclamavam que seus pais não as escutavam, que se achavam os donos da verdade. Essas mesmas pessoas, às vezes, se acham hoje as donas da verdade, mas sem perceber, porque é em outros assuntos, não os mesmos dos seus pais.

Tem gente que é tão contra alguma "verdade absoluta X" que acredita que "é absolutamente verdade que X é mentira".

Tem gente que insiste que tal coisa é verdade. Tem gente que insiste que tal coisa é mentira. Tem gente que fica a vida inteira discutindo se certas coisas são ou não verdade ou mentira.



Enquanto isso, em algum lugar do mesmo mundo...
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Tem gente que não tá nem aí para "o que é verdade ou não", "o que é socialmente isso ou aquilo". Tem gente que está fazendo. Tem gente que enxerga caminhos e os segue, e não perde tempo com críticas destrutivas ou falta de fé de outras pessoas.

Tem gente que percebeu que julgar preconceituosamente não serve pra nada, só desperdiça energia e incomoda os outros. Tem gente que percebeu que não precisa incomodar os outros para ser feliz.

Teve gente, décadas atrás, que teve ideias fantásticas, do tipo criar programas de computador encadeáveis para processar arquivos, de modo que a saída de um programa pudesse ser direcionada para a entrada do outro. Assim, tornou-se fácil realizar tarefas complexas encaixando peças simples. Inicialmente, essas pessoas, provavelmente, não tiveram muitos argumentos para convencer os outros do porquê de aquilo ser uma excelente ideia. Elas apenas enxergaram, e fizeram assim. Décadas depois, continua sendo uma excelente ideia, funcionando em todo sistema UNIX e Linux do mundo.

Tem ideias que estão começando hoje. Tem ideias excelentes começando hoje. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, muitas dessas excelentes ideias não vão parecer, hoje, excelentes ideias. Provavelmente, parecerão ideias esquisitas, fora da realidade. Porque inovação é sempre assim. Inovar é fazer de um jeito novo, e jeitos novos não são consolidados. Se você quer algo consolidado, você não quer algo novo, você quer algo antigo, já consolidado.

  • "Ah, mas hoje a tendência é X, tá todo mundo seguindo pra X!"

Pois é. Justamente porque todo mundo começou a seguir pra X, o tal do X deixou de ser algo realmente novo e começou a se tornar consolidado. Quer procurar algo novo MESMO? Dê uma olhada no Y, que NÃO é a tendência e para o qual ninguém está dando muita bola hoje.

Não pense que a inovação de hoje é igual a inovação de ontem. Não pense que é só trilhar o mesmo caminho de Steve Jobs e você estará inovando. Steve Jobs inovou em muitas coisas, revolucionou muitas coisas e transformou nosso mundo. InovOU, revolucionOU, transformOU, no tempo pretérito. É claro que podemos aprender muito com ele, mas não pense que a próxima grande revolução mundial vai ser um iCoisa. iCoisas já foram inventadas, já estão em uso, já são consolidadas.

As próximas grandes inovações MESMO, na verdade, a gente mal tem ideia do que serão. Serão coisas grandiosas demais para a gente conceber facilmente nos dias de hoje. Serão coisas que não vão simplesmente vender milhões: vão mudar nossos paradigmas mais profundos.

Ou talvez essa mudança não será tão aparente e avassaladora. Uma inovação grandiosa nem sempre causa tanto estardalhaço, às vezes ela é um pouco mais discreta. Exemplo: quem diria, mais ou menos 10 anos atrás, que um site com a pretensão de conter o conhecimento do mundo inteiro, feito pelos usuários, com conteúdo de qualidade, grátis e SEM PROPAGANDA pudesse dar certo?

Os caras que propuseram um trem desses, em pleno fim da bolha da internet, "com certeza estão doidões de pedra" (frase que eles devem ter ouvido na época). Jamais funcionaria um negócio desses. E funcionou. A Wikipedia tem hoje 20 milhões de artigos em 270 línguas e é o 6º site com maior audiência do mundo. E os doidões de pedra tornaram-se casos de sucesso mundiais. E o projeto deles tornou-se uma realidade consolidada, uma contribuição imensurável para a humanidade, ajudando pessoas do mundo inteiro a ganhar e compartilhar conhecimento.

E um site que prentedesse organizar a informação da internet inteira? Um serviço que permitisse ao usuário encontrar exatamente o que ele quisesse, na internet inteira? Em um mercado dominado por grandes empresas como Yahoo!, AltaVista e outras? É claro que não iria dar certo, é claro que a ideia era um absurdo. Mas só foi um absurdo até o momento em que começou a dar um lucro absurdo e se tornar o maior e mais eficiente site de buscas do mundo.

Pense nos absurdos de hoje. Faça esse exercício, comece a prestar mais atenção nos absurdos que você vê e ouve no seu dia-a-dia. Alguns deles podem vir a não ser tão absurdos assim.

Pense nas Wikipedias de amanhã, nos Googles de amanhã. Pense nas suas ideias de hoje, pense nas suas invenções de amanhã. Suas invenções podem ser em qualquer área, em qualquer coisa. Dei exemplos na Computação apenas porque está mais próximo de mim. Qualquer área está sempre pronta para ser reinventada. Qualquer coisa está sempre pronta para ser refeita melhor.

domingo, 9 de outubro de 2011

A utilidade é secundária. O que vale é o deslumbre.

Já vi as coisas mais "úteis" do mundo revelarem-se as maiores perdas de tempo. Já vi as coisas mais "inúteis" ou "estranhas" ou "sem razão" do mundo tornarem-se as mais incríveis e revolucionárias.

Já vi gente que acredita no que acredita estar por vir e gente que só acredita vendo. Mas nunca vi ninguém duvidar de resultados visíveis. Só vi gente duvidar que eles fossem possíveis antes de vê-los, e gente que tentou e tentou até chegar lá, fazendo os devidos ajustes no meio do caminho e as devidas retentativas quando dava errado. E que seguiu em frente enquanto outros achavam que ele/ela não deveria, pelos motivos X, Y e Z.

Já ouvi coisas assim antes e achei que era só pros outros. Resolvi tentar pra mim. E vi que funfa! E vejo que serve pra qualquer pessoa. Basta vc se dar um tapa na cabeça toda vez que começar a pensar coisas negativas, do tipo "ah, num é pra mim", "ah, eu num sirvo pra isso" etc. E acordar pro fato de que todo mundo que conseguiu grandes coisas nesse mundo também teve os mesmos dilemas, ansiedades e preocupações que vc quando se deparou com essas ideias.

Vc não é especial, fi ou fia :). Vc é como qualquer ser humano, com nóias, preocupações, coisas a perder etc. Vc tem medo de arriscar, assim como toda pessoa. Vc pensa nas possíveis consequências ruins, assim como toda pessoa. Vc prefere evitar conflitos consigo mesmo quando possível, assim como toda pessoa. Vc acha que certas coisas não se aplicam ao seu contexto específico que só vc conhece, assim como toda pessoa.

"Toda pessoa" inclui as maiores personalidades que já passaram por esse Planeta Terra. E a única coisa que essa galera faz de diferente de muitas pessoas é: escolhas. Eles/elas escolhem viver para o bem, viver para viver bem, viver para ser feliz e seguir seu caminho, seguir seus sonhos. E aprendem a deixar as preocupações de lado, mesmo que isso lhes cause muito medo. Aprendem a administrar seus medos para que eles sirvam não como freio da felicidade, apenas como instrumento da sensatez.

"Ver para crer" é fichinha perto de "crer para ver". Esse, sim, tem poder. Vc entendia 100% por quê ia pra escola? Vc entendia 100% por quê seus pais não te deixavam fazer o que quisesse? Vc entendia 100% o que era ter a profissão que vc tem hoje quando começou a estudá-la? Não. Vc simplesmente aceitava, às vezes por obrigação, que as coisas eram daquele jeito e pronto, seguia sua vida. Um dia, vc entendeu. E, quando entendeu, viu que foi bom que muitas coisas foram do jeito que foram. Enquanto vc estava meio perdido, vc apenas fez o que tinha que fazer, mesmo não entendendo direito como as coisas funcionavam, mesmo sem entender bem os porquês. E aposto que fez muitas coisas boas, mesmo vivendo dessa maneira "no escuro".

Viver "no escuro" não é um problema como parece. É uma coisa natural na vida. Escuros existem aos montes. Raras mesmo são as lanternas enormemente reluzentes, que normalmente a gente só conquista com muito esforço. Até chegarmos lá, temos que nos contentar com a mera chaminha presente dentro de nós, um guia sutil, que nos leva a bons lugares quando estamos em paz conosco mesmos. Essa chama um dia tornar-se-á uma grande luz, e pra isso basta vc alimentá-la.


Resumindo: faça do seu deslumbre a sua grande inspiração. Faça da sua vida uma grande inspiração. Faça de uma grande inspiração a sua vida.


É... Estou bastante contagiado pelo "momento Steve Jobs" que estamos vivendo :). Pra quem não viu o vídeo ou quiser rever, aí vai! Estou sempre citando e recitando-o aqui no blog, o eterno discurso show de bola que mudou minha vida e a de tantas pessoas nesse mundo. Só por causa desse discurso o cara já merece ir pro céu, e é lá que ele deve estar mesmo neste exato instante :).

sábado, 24 de setembro de 2011

Justificativas

Hoje, vc precisa justificar por que segue tal religião ou filosofia de vida.

Hoje, vc precisa justificar por que tem essa ou aquela opção alimentar.

Hoje, vc precisa justificar por que o seu trabalho acadêmico seguiu por este ou aquele rumo.


Precisa justificar por que gosta de tal gênero musical.

Precisa justificar por que não gosta de tal programa de televisão.

Precisa justificar por que não gosta de ir em tal lugar e prefere tal outro lugar.


Hoje, vc precisa ficar justificando por que prefere viver dessa ou daquela forma, por que não gosta de tal coisa, por que gosta de tal outra coisa, por que vc é desse ou daquele jeito, por que tem esta ou aquela opinião.

Um dia, precisaram ficar justificando por que não deveria existir escravidão, por que as pessoas precisariam receber pelo seu trabalho, por que se deveria levar em conta as consequências dos atos de um país sobre o outro. Um dia, precisaram ficar justificando por que não se deveriam poluir as águas e o solo. Um dia, precisaram ficar justificando por que não se deveriam inflar bolhas econômicas.

Hoje em dia, a justificativa já está toda aí pra quem quiser ver. E, mesmo assim, ainda tem gente fazendo do jeito contrário.

Chegará um dia em que não precisaremos mais justificar nada. Poderemos ser como somos e agir da forma correta. Poderemos fazer as coisas e viver da forma como queremos fazer e viver, simplesmente respeitando a regra que diz que o seu direito termina onde começa o direito do outro.

Um dia saberemos qual é a verdade e não precisaremos justificá-la para ninguém, apenas vivê-la. Nem que seja "a verdade para mim", porque nem sempre conseguimos alcançar uma verdade absoluta. Para muitos casos, uma verdade relativa, que seja verdadeira pra você, é o suficiente. Muitos acreditam que nem existem verdades absolutas, e eu não pretendo discutir aqui se elas existem ou não. Deixemos cada um ser como é e acreditar no que preferir acreditar.

Um dia, pararemos de perder tempo com justificativas e poderemos nos concentrar mais na ação. Não estou dizendo que as pessoas sairão pegando em armas e farão a revolução. Estou dizendo que dedicaremo-nos a viver a vida de forma mais leve, sem nos preocupar tanto com a opinião dos outros, porque a nossa vida pertence somente a nós.

Um dia, as coisas serão mais simples, as pessoas terão menos preconceito umas com as outras e saberão respeitar melhor as diferenças. Um dia, as pessoas te perguntarão "por quê?" apenas para te entender melhor, não para criticar ou dar palpite. Um dia, as pessoas saberão que as diferenças são bem-vindas, não são nenhuma ameaça. Um dia, as pessoas discutirão apenas com o objetivo de aprender e chegar a conclusões positivas em conjunto.

Esse dia talvez seja hoje. Essa decisão talvez seja sua.